O que vai ser abordado nesse post é o filme e não o livro, que
isso fique bem claro. A história do filme se passa em um futuro não datado,
onde jovens são escolhidos para participarem de jogos reais de sobrevivência em
uma luta até a morte. Eles são entregues por seus distritos em pares, um
rapaz e uma moça, para serem oferecidos como tributos (“sacrifícios”) numa
manifestação preparada para comemorar o domínio de um regime totalitário que
usa como argumento de auto-engrandecimento, a manutenção da paz e o fim da
guerra.
Existe muita semelhança dos eventos que ocorrem no filme com a nossa
realidade. Podemos citar alguns exemplos. Será que não vivemos em um regime
totalitário regido pela mídia, que dita o que nós devemos comprar, vestir e até
pensar? Será que não vivemos em um tempo onde o sadismo social é alimentado em
programas que exploram a violência real, a exposição do corpo e a exploração do
constrangimento alheio? É isso o que fazem os mais famosos reality-shows, vício
televisivo que consegue prender multidões diante do aparelho em todo o planeta.
Isso nos faz lembrar de outro filme cujo assunto se assemelha: O Show de
Truman. Nesta película, a vida de um homem é criada pela própria mídia em um
mundo artificial, onde o seu desenvolvimento como ser humano é acompanhado por
milhões de espectadores sem que ele o saiba.
O prazer de observar o sofrimento humano em suas várias formas vem desde
a antiguidade e, para provar, o Coliseu de Roma ainda está de pé. Lá, multidões
se aglomeravam para ver carnificinas reais e as aplaudiam como se assistissem
um jogo de futebol.
É nosso papel como seres humanos, refletir sobre essa questão. Até que
ponto seremos capazes de apreciar essa exposição sádica da realidade, que
transforma o sofrimento humano em entretenimento? Por fim, Jogos Vorazes, na
opinião dessa equipe, é um filme que vale a pena assistir, pois além de
instigar à reflexão, conta com ótimas interpretações e cenas de ação
memoráveis. Fica aqui a dica.
Eliana Coelho e Cristina Aguiar
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